sábado, 9 de outubro de 2010

Eleições e suas práticas

Não teve jeito, esse ano eleitoral foi o mais concorrido de todos os tempos, e essa concorrência está sendo explorada das mais inusitadas formas possíveis. Bem, começando pelo começo.
É óbvio e mais que evidente que o país se dividiu em duas classes para compor a disputa eleitoral para a chapa maior. Ficamos assim, os prós Lula e os contra Lula. Ainda podemos segmentar um pouco mais, os a favor da divisão real da renda e os contra, para deixar um pouco mais explicito as verdadeiras razões da divisão, cabe ainda ser dito o seguinte, a chapa da elite contra a chapa do partido que se importou com questões sociais.

Alguns fatores tornaram-se decisivos nessa disputa, em São Paulo, maior cidade e maior economia do Brasil, o PSDB conhecido como partido da elite brasileira governa o estado por pelo menos dezesseis anos. Lá o PT não tem nenhuma chance real de ganhar o governo, esse é um fato que foi novamente confirmado ao final dessas eleições, nem os dois senadores o PT conseguiu eleger.
Um dos órgãos de imprensa mais poderosos do país O Estado de São Paulo divulgou ás vésperas da eleição um editorial impondo e divulgando suas preferências eleitorais. Justificando principalmente que o candidato da oposição é mais digno e competente que a candidata apoiada pelo presidente. Ora, o jornal ao menos deveria apresentar algo que colocasse a prova à capacidade e a dignidade da candidata isso não foi feito. Seria mais virtuoso se fosse informado pelos editores do jornal que essa preferência se pauta em outros quesitos.

O presidente do país andou realmente criticando demasiadamente a imprensa, porém foi notório que aquilo era um fato isolado e nada abalou se quer a liberdade que é um direito assegurado a imprensa e a qualquer um que queira utilizar, até por que todos os órgãos de impressa noticiaram a forma com que o presidente se referia à mídia nos últimos dias.
Fatos como a central de boataria que se espalhou pela internet, informando coisas negativas contra Dilma, o crescimento da candidata do PV, visto por boa parte do eleitorado como uma opção de voto e situações que mechem principalmente com a moral e religião das pessoas, sem dúvida tiveram efeito negativo para o PT e provocaram o segundo turno.

Mas de tudo isso, o que na minha singela observação é mais podre, é a insistência em desmerecer ou descredenciar a parcela mais pobre da população brasileira, informando em larga escala que essa quantidade de votos do PT se deve ao fato dos programas sociais. Principalmente nas regiões Norte e Nordeste, locais onde a população seria desprovida de informação sem vontade de trabalhar, pois preferiria viver do assistencialismo promovido pelo governo, e isso é lamentável.

Porém nessas correntes que encheram nossas caixas de e-mail durante esses meses, nenhuma informa qual era a condição fidedigna de vida de grande parte dessa população, principalmente do Norte e Nordeste antes da existência da bolsa família entre outras. Ninguém lembra que a população de menor renda não tinha condição de entrar em uma faculdade e isso se tornou possível com o prouni e sua bolsa permanência.

A grande mídia claramente faz o papel de “rolo compressor” passando por cima de tudo que não lhe é conveniente. No dia 03/10/2010 fomos novamente surpreendidos com a notícia de demissão de uma colunista do jornal Estadão, motivo; ela escreveu um artigo contrapondo os pontos de acerto do governo nos últimos oito anos e criticando a elite que desqualifica o voto das classes D e E.

O segundo turno é uma oportunidade de contra pormos todos os pontos positivos e negativos que cada candidato/partido e programa de governo oferecem, a partir daí não adianta mais se furtar, é o momento de escolher qual rumo o Brasil deve tomar nos próximos quatro anos.

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